CPPC homenageia Frederico Carvalho

CPPC HOMENAGEIA FREDERICO CARVALHO

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) homenageou Frederico Carvalho, o investigador, Presidente da Direcção da OTC, membro também da Presidência do CPPC. A homenagem inseriu-se numa sessão pública realizada no passado dia 25 de Março, no auditório da Voz do Operário, em Lisboa, com o lema «Defesa da Paz, urgência do nosso tempo», que contou com as intervenções de Ilda Figueiredo, presidente da direcção nacional do CPPC, José Baptista Alves, militar de Abril e presidente da  mesa da Assembleia da Paz, e dos membros da Presidência Rui Namorado Rosa, professor universitário jubilado e do próprio Frederico Carvalho.

Rui Namorado Rosa, focou aspectos centrais da carreira científica de Frederico Carvalho, sublinhando o seu percurso enquanto cientista preocupado com a correcta utilização dos avanços da ciência e da técnica para o progresso da Humanidade e a sua dedicação à causa da Paz, da democracia e dos direitos humanos. Referiu a actividade desenvolvida no CPPC, na OTC e, a nível internacional, na Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos, da qual é vice-presidente. Valorizou a sua vasta contribuição, com vista a agir, no concerto mundial, em defesa da Paz e Cooperação, da estabilidade social e da preservação do meio natural, promovendo encontros e debates com participação a nível nacional e internacional, e partilhando conhecimentos num esforço continuado e inteligente de formação e informação da opinião pública, incluindo os próprios trabalhadores científicos, proferindo palestras, e, escrevendo e publicando textos “de análise aprofundada e intervenção urgente” nas palavras de  Rui Rosa, que concluiu: “o CPPC tem o privilégio de contar com Frederico Gama Carvalho – distinto cientista, cidadão dedicado e generoso – como um dos seus associados e membro da sua Presidência.  As suas contribuições são instrumentos valiosos da nossa intervenção e fonte de inspiração para o nosso trabalho”[1].  

Frederico Carvalho, na sua intervenção de reconhecimento aos promotores da homenagem, perguntou-se: “O que move o Trabalhador Científico que entende a responsabilidade social inerente à sua condição? A condição de alguém que possuindo formação numa qualquer especialidade, científica, técnica, humanística, e a ela se dedicando, dispõe de conhecimentos e informação que não estão ao alcance da maioria das pessoas?”. E deu a resposta: “O que move o Trabalhador Científico socialmente responsável entendo ser o sentido da urgência de contribuir para que os outros tomem consciência do que de bom e de mau os avanços da ciência e da técnica trazem para a sociedade em que nos inserimos e para a Humanidade em geral. No que me respeita tenho procurado dar essa contribuição e fico agradado, feliz e honrado por o ver reconhecido por aquelas e aqueles a quem poderei chamar “companheiros de viagem” nesta nossa fugaz passagem pela Terra.”

Frederico Carvalho recebeu um ramo de cravos vermelhos e uma pintura de Agostinho Santos como expressão de reconhecimento por longos anos de dedicação à defesa da Paz – que prossegue e prosseguirá, como o próprio fez questão de garantir: “Procurarei continuar a dar a contribuição que me for possível para o combate que é indispensável travar para superar as ameaças que pesam sobre nós, sobre a sobrevivência da vida no planeta, em condições mínimas de dignidade e bem-estar. É um combate que só poderá ser vencido pela luta de massas e uma mudança radical das próprias bases da civilização como hoje se apresenta”.

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A homenagem seguiu-se à realização da XLVII Assembleia da Paz, que decorreu no mesmo local durante o período da manhã. As dezenas de participantes, vindos de vários pontos do País, analisaram as actividades realizadas pelo CPPC, evidenciando a crescente dinamização por todo o país, com palestras, debates, concertos para a Paz e o fortalecimento das colaborações com delegações estrangeiras nas diversas áreas da Paz (educação, cultura, desmilitarização, solidariedade…). Ilda Figueiredo salientou a necessidade de ampliar a luta pela Paz e o desarmamento, informando que as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril são um momento privilegiado para o fazer.

Nas várias intervenções debateu-se a importância da defesa da Paz, a situação internacional e as lutas dos povos em vários pontos do mundo pelo progresso social e soberania. Traçou-se o panorama da situação mundial, questionando-se que proporções poderá tomar a guerra, e, qual o futuro que nos reserva.

Da possibilidade e consequências de uma guerra nuclear falaria Frederico Carvalho, lembrando o conceito de Inverno Nuclear, com as suas consequências dramáticas para o clima que derivariam da utilização massiva deste tipo de armamento. Explicou ainda os efeitos nefastos da utilização de munições de urânio empobrecido, que depois de profusamente utilizadas no Iraque e na ex-Jugoslávia, com gravíssimas consequências, o Reino Unido terá ou se propõe agora enviar para a Ucrânia[2].

A sessão contou ainda com um agradável almoço convívio, num ambiente ameno e calorosa confraternização, em espaço cedido pela Voz do Operário.

Edição: Joana Santos

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[1] Intervenção de Rui Namorado Rosa, membro da Presidência do CPPC e Presidente da Mesa da Assembleia da OTC: https://otc.pt/wp/wp-content/uploads/2023/04/HOMENAGEM-CPPC-Marco-2023-25.03.2023.pdf
[2] Intervenção de Frederico Carvalho membro da Presidência do CPPC e Presidente da Direcção da OTC: https://otc.pt/wp/?p=10111