Apresentação da OTC na Região Sul
Universidade de Évora
No passado dia 10 do corrente teve lugar em Évora uma primeira sessão de apresentação da Organização dos Trabalhadores Científicos na Região Sul. A iniciativa teve lugar na Escola de Ciência e Tecnologia (Colégio Luís António Verney), da Universidade. A apresentação, que se realizou na tarde do dia 10, abriu com as palavras introdutórias do nosso associado e Presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Rui Namorado Rosa. Na sua introdução, o Colega Namorado Rosa, sócio número 6 e um dos fundadores da OTC, referiu-se sucintamente ao contexto em que, ainda antes de 1974, se deram as primeiras movimentações de Trabalhadores Científicos, empenhados em afirmar o seu papel de criadores de conhecimento na nossa sociedade, as condições do exercício da profissão, passando em revista a sucessão dos organismos públicos que entre nós foram tendo, ao longo do tempo, a responsabilidade de determinar a orientação do esforço de investigação e desenvolvimento, as políticas de ciência e o respectivo financiamento, do Instituto de Alta Cultura, à actual Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
Seguidamente interveio Frederico Carvalho, Presidente da Direcção da OTC, que se ocupou da “Acção, Objectivos, Origens” da associação, destacando entre outros aspectos relevantes, a filiação da OTC na Federação Mundial dos Trabalhadores Científicos e as mais significativas ligações internacionais com associações congéneres. Sublinhou o carácter universalista dos interesses da OTC, que incluem, também, as ciências sociais e humanas, os problemas de carácter global que afectam as sociedades humanas; e, naturalmente, a defesa de condições de trabalho dignas que devem ser asseguradas aos trabalhadores da Ciência.
Este último aspecto foi o tema central da intervenção do Colega António Pedro Alves de Matos, membro da Direcção da OTC, que tratou a “Situação dos trabalhadores científicos: docentes, investigadores e técnicos. Estatuto e Condições de Trabalho”. Na sua contribuição, A.P. Alves de Matos, sublinhou a importância da Recomendação da UNESCO de 1974 sobre o Estatuto do Investigador Científico, actualmente em processo de revisão, participado, em que as associações de Trabalhadores Científicos, instituições de ensino superior, centros de investigação e laboratórios, e os próprios organismos de Estado e órgãos de soberania, dos países membros da UNESCO, são convidados a intervir. Seguiu-se um debate geral, animado, em que vários intervenientes sublinharam a necessidade da definição de uma política científica nacional e, no que toca à FCT, a urgência de uma profunda reestruturação das orientações e métodos que vêm sendo impostos à comunidade científica.
Numa sessão separada que se realizou na manhã do dia 10, teve lugar a palestra “A Ciência: uma porta para o futuro”. Na palestra, a cargo de Frederico Carvalho, procurou-se colocar o acento tónico, por um lado, na omnipresença, na vida das pessoas e no planeta, da Ciência e das realizações tecnológicas a que dá lugar, aos seus aspectos positivos e negativos; e, por outro, na responsabilidade social dos cientistas que é directamente interpelada pelas consequências de uma aplicação sem o devido controlo, dos resultados que os avanços do conhecimento científico tornam possíveis.
A organização das sessões na Universidade e a sua divulgação, estiveram a cargo da Colega Maria Clara Grácio, membro da Direcção da OTC. (FC)