Sobre a precariedade dos Investigadores em Portugal

© European Union, 2019 – EP

Pergunta à Comissão da Deputada Sandra PEREIRA (GUE/NGL)

Sobre a precariedade dos Investigadores em Portugal

O investimento na ciência, no conhecimento e na formação avançada de recursos humanos constitui, reconhecidamente, um factor fundamental de promoção do desenvolvimento económico, social e cultural de todos os países da União Europeia. A ciência não avança alicerçada em investigadores com vínculos precários, frequentemente sob a forma de bolsas de investigação que se perpetuam durante anos ou décadas. Foi nesse espírito que surgiu, em 2005, a Carta Europeia do Investigador. Em Portugal, se as recomendações constantes da Carta fossem respeitadas, a situação destes trabalhadores melhoraria significativamente, em particular no que respeita:

– Ao reconhecimento dos bolseiros como trabalhadores, com tudo o que daí decorre, nomeadamente em relação a direitos laborais;

– Ao direito a remunerações justas e a um enquadramento justo perante a segurança social;

–  A políticas de emprego científico que garantam perspectivas sólidas e aliciantes de desenvolvimento de carreira.

Assim, solicito à Comissão Europeia que me informe sobre o seguinte:

  1. Qual o ponto de situação da aplicação da Carta nos diferentes Estados-membros, 14 anos depois do seu lançamento?
  2. Tendo em conta que, aquando do lançamento da Carta, a Comissão convidou os Estados-Membros a fornecerem informações regulares sobre a sua implementação, que informações foram até à data fornecidas pelo governo português?
  3. Como se coadunam os princípios da Carta com a atribuição sistemática e prolongada de bolsas de investigação?

 

4 de Julho de 2019

Obs. A pergunta é formulada nos termos regimentais estabelecidos para a  APRESENTAÇÃO DE UMA PERGUNTA COM PEDIDO DE RESPOSTA ESCRITA (artigo 130.°)